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Ainda parece que tudo isto é um pesadelo do qual me está a custar abrir os olhos. Ainda é completamente surreal. 
Dizem que a dor desvanece com o passar do tempo, que as boas memórias ajudam o processo, contudo à medida que o tempo passa a dor propaga-se e torna-se mais intensa. As boas recordações fazem-me pensar no quão boa pessoa foste e como não podia ter tido um melhor avô, mas também me fazem querer que voltes para mim. Fazem-me querer voltar ao tempo em que me levavas para o teu trabalho, em que me sentavas no teu colo e dizias que eu era o teu rapazinho (apesar de ser uma menina), em que te rias sempre que chegava a casa com os joelhos esfolados por ter estado a jogar futebol, em que fomos pescar e não pescamos peixe nenhum. 
As saudades sufocam-me. Quando estou na casa da avó parece que ainda foi ontem que te ouvia assobiar enquanto fazias sudoku à beira da janela do quarto,  que te via a cantarolar enquanto descascavas laranjas para o lanche ou que tu me chamavas para comermos um bocado do presunto que tinhas comprado no senhor fulano de tal. Sinto tantas saudades dos tempos em que me "massacravas" com a árvore genealógica das pessoas, em que me davas sermões por causa das notas de geometria e matemática, as tuas disciplinas preferidas. 
Agora tudo aquilo que detestava que tu fizesses fazem-me falta.
Apesar de ser difícil avançar sem ti. Tenho-o tentado fazer da melhor maneira que consigo, tentando sorrir todos os dias, porque tu querias que eu o fizesse, por isso faço-o por ti. Por que te amo Príncipe e isso nunca mudará. 
Mas o que mais magoa é amanhã fazeres anos e eu não te poder desejar os parabéns com um abraço e um grande beijo na testa como sempre fiz. 

Sinto a tua falta. Todos sentimos. 

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